Em tempos de distanciamento social, a arte salva a todos, mesmo que seja pela tela de um computador. E neste momento o ator Luis Miranda e a diretora Monique Gardenberg presenteiam o público de casa com uma obra cheia de humor, mas de grande cunho social. Madame Sheila, de autoria do próprio ator que dá vida ao personagem saído do Terça Insana e do 5 x Comédia, é uma mulher muito elitista, moradora de Paris, acostumada a todos os prazeres da vida que nunca nem sequer olhou para seus empregados e agora, com a pandemia, ela percebe a existência deles. O espetáculo estreia nesta quinta-feira, 1º de outubro, às 21h, no projeto Teatro Unimed, iniciativa da empresa para continuar produzindo cultura e entretenimento, pelo site www.teatrounimed.com.br.
“Madame Sheila tem uma vida própria, trata-se de um ajuste de necessidade de olhar para nós mesmos. Fazer pensar e rir é muito bom nesse momento em que estamos vivendo. A situação joga luz nas questões da desigualdade. Madame Sheila fica confinada com uma classe de empregados, que é invisível. É claro que tem o lado engraçado e do glamour. A comédia precisa ser leve e palatável’’. O ator e autor da peça é preocupado com a cegueira da sociedade. “É um humor ácido. Fio de partida. Uma lente de aumento da burguesia. Acho que a sociedade se comportou de forma individual durante a pandemia’’, conta ele, que não vê essa forma online para o teatro depois que o mundo e os palcos voltarem ao normal.
“Definitivamente não é isso o que desejamos para o teatro. Isso é ato de resistência. Não é o que faremos quando estrearmos no palco’’. A opinião de Luis Miranda é compartilhada pela diretora Monique Gardenberg. “A coisa mais bonita do teatro é o encontro com o público’’, afirma Monique, que achou a possibilidade de acesso diferente muito importante nessa hora.
Junto a Luis Miranda e Monique Gardenberg estão os profissionais Daniela Thomas (cenografia) Jorge Farjala (figurino), Glauco Firpo (direção de fotografia) e Beto Bruel (iluminação). Madame Sheila será apresentada em oito atos, de até oito minutos cada, exibidos online gratuitamente, nas quintas-feiras de outubro e novembro, no site do Teatro Unimed (www.teatrounimed.com.br).
Um pequeno giro
A menina que veio do Rio

Depois de seis meses de processo para desenvolvimento da estreia e circulação do espetáculo A Menina que Veio do Rio, de Júlia Fovitzky, em apresentações presenciais, o projeto ganhou um novo formato, agora multiplataforma. As apresentações acontecem pela página do Facebook da peça e da Complementar Produções nos dias 2 de outubro, 3 de novembro e 1º de dezembro. As apresentações são gratuitas.
Com direção Paula Flecha Dourada Klein, o elenco é formado por Jean Marcelino, Safira Santos, Leandro Leo e Joy Catharina. O cenário e acessórios, assinados por Gabriel Roemer, são feitos de material reciclado ou de reuso, fortalecendo a essência original do projeto, de preservação do meio ambiente.
Fred, uma criança paulistana, cria uma forte amizade com Maia, uma garota que morava dentro de um rio. Ao descobrir que Maia está sem lar e separada de sua família após o soterramento do rio onde morava, Fred e sua mãe se unem à menina para buscar uma maneira de salvá-la antes que a secura do mundo terrestre a adoeça de vez.
Festival Sesc de Cultura Virtual

Cia Negra de Teatro – foto: Pamela Bernardo
Depois das primeiras edições, em agosto e setembro, o “Viva! Festival Sesc de Cultura Virtual” chega a outubro com uma programação que mistura música e artes cênicas, confirmando a vocação do projeto de ser um espaço de encontro para a diversidade artística. Nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, as atrações serão a Cia Negra de Teatro com o espetáculo “A partir daqui” e a cantora Julia Ribas, filha de Marku Ribas.As apresentações serão transmitidas no Youtube do Sesc em Minas e nas redes sociais dos artistas, a partir das 20h.
A partir daqui é uma apologia ao afrocentrismo, um chamado para o aquilombamento.
O tributo a Marku Ribas (1947-2013), pai de Julia Ribas, é baseado numa compilação e pesquisa musical pessoal da cantora, compositora e educadora, que traz uma das melhores traduções das músicas e poesias do seu pai, um dos multiartistas mais importantes da cultura nacional.
Bukowski reabre com pistas exclusivas de dança

Boa nova para os cariocas, o Bar Bukowski, em Botafogo, reabre para o público nesta sexta-feira (2 de outubro) com várias novidades, além, é claro, de um rígido protocolo de higiene e distanciamento social. Todos os ambientes serão monitorados para não haver aglomeração. Em uma ação inédita no Rio, o Bukowski criou seis pistas de dança exclusivas no primeiro e segundo andares da casa para grupos de até seis amigos.
É a primeira casa noturna do Rio que reabre durante a pandemia com esta iniciativa. Os frequentadores do bar poderão dançar por 30 minutos ao som dos DJs da casa e convidados. Em seguida, as pistas serão higienizadas por um serviço especializado antes de receberem os próximos grupos. Os espaços de dança devem ser reservados com antecedência.