Realizando sua segunda edição, o Festival Frente Feminina (FFF) abre inscrições gratuitas até 24 de janeiro para a Residência Artística EnCena Preta: afetividades, ancestralidades e brasilidades em narrativas performáticas. A residência será realizada virtualmente, de 08 a 22 de fevereiro, com patrocínio do Programa Pontes, uma parceria do Oi Futuro e British Council que promove conexões e trocas com artistas do Reino Unido.
“Nosso festival ganhou este presente este ano. O Oi Futuro e o British Council vão proporcionar uma edição muito mais potente e ampliada. Vamos fazer uma conexão do Brasil com a Inglaterra, unindo 20 mulheres negras de todo o país com a artista britânica Marissa Lestrade, que tem um trabalho engajado com meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade na África”, celebra Larissa Mauro, curadora da Encena Preta com as atrizes Mariana Nunes e Shirley Cruz.
Idealizado por Larissa e pelas artistas brasilienses Anna Marques e Catarina Accioly como um festival voltado para mulheres artistas de Brasília, este ano o FFF assume como conceito temático o Afrofuturismo, que dialoga com a ideia do corpo negro no futuro. “Nesta edição, queremos celebrar os corpos e vozes das artistas negras do nosso país. Isto ajuda a resgatar a ancestralidade africana dessas artistas relacionando com o que significa ser artista negra no Brasil”, define Larissa.
A 1ª edição contou com seis dias de programação de espetáculos dirigidos e protagonizados somente por mulheres brasilienses, além de uma ficha técnica quase 80% feminina. Desta vez, serão escolhidas 10 artistas de Brasília e mais 10 de outros estados do Brasil. “Será um desafio realizar essa edição virtual, mas estamos otimistas pelo alcance que a internet pode proporcionar. Esta edição vai celebrar o (re)encontro de mulheres negras geograficamente distanciadas pela diáspora – e, agora, pela pandemia”, reflete.
Além disso, acrescenta, “queremos que essas 20 artistas possam representar a pluralidade e diversidade da artista negra brasileira. Por isso, estamos chamando artistas de comunidades urbanas e rurais. Queremos chegar às artistas das periferias, favelas, povos de terreiro, da floresta, comunidades quilombolas, assentadas da reforma agrária, em diferentes estados. Queremos mostrar a potência da cena artística negra do nosso país pelo olhar da mulher”.
As inscrições gratuitas estão abertas até 24 de janeiro no site do Festival Frente Feminina www.festivalfrentefeminina.com.br . Podem se inscrever artistas negras, cis ou transexuais, a partir de 18 anos, do teatro, performance, dança, música, audiovisual, circo, palhaçaria ou linguagens correlatas às artes performativas. Na residência haverá tradução simultânea para o português.
O resultado editado e finalizado de cada uma das artistas vai integrar a programação do 2º FFF, que acontecerá em quatro finais de semana de março (dias 06, 07, 13, 14, 20, 21, 27 e 28), mês de celebração da luta pelos direitos das mulheres.
Reconto: Mostra internacional homenageia a cidade do Rio de Janeiro

Com a chegada do Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio, o projeto literário “Reconto – Cada Qual no seu Recanto” resolveu iniciar as atividades de 2021 prestando uma homenagem à cidade maravilhosa. “Rio de Janeiro a janeiro” é o tema da quinta edição da mostra, que acontece no dia 17 de janeiro, de 16h às 19h. Cada convidado contará duas histórias intercaladas entre canções, parlendas e poemas. Ao final, acontece um bate-papo com o público.
Para esta edição, cinco cariocas e uma portuguesa selecionaram um repertório de humor e amor para exaltar o que há de melhor no Rio de Janeiro. “Vamos celebrar a esperança de uma nova cidade. Além da contação de histórias, falaremos sobre o que a gente espera de bom para o Rio, a partir desse novo ano, com a chegada da vacina. Após tantas notícias ruins, o Rio merece esse afago”, analisa o ator José Mauro Brant.
Com a intenção de fazer a economia criativa girar e promover encontros antes impossíveis presencialmente, a mostra internacional de contadores de histórias é destinada para crianças de todas as idades e acontece 100% online e ao vivo. As rodas de histórias temáticas recebem convidados nacionais e um convidado internacional, e, como diz o título, “cada qual no seu recanto”.
A idealização e direção artística são de José Mauro Brant, premiado ator, autor teatral, com quase trinta anos dedicados ao ofício de narrar histórias, que divide a curadoria com Benita Prieto, experiente contadora de histórias e produtora de eventos na área da leitura e literatura.
Para adquirir os ingressos, acesse o site Go Free .
Mais informações e descontos para professores, grupos e alunos da rede pública, mande um e-mail para: recontocadaqualnoseurecanto@gmail.com
Processo artístico do Grupo Galpão é tema de documentário

Uma ideia (ou várias). Começam as primeiras digressões, as leituras, os ajustes e os ensaios de uma peça; as performances e as interações do elenco com o público em praça pública para a construção da dramaturgia; o diálogo com estudiosos convidados para aprofundar o processo de criação. Assim se compõe o webdocumentário “A gente pode tudo pelo menos por enquanto”, o registro do processo artístico, dos ensaios e das estreias nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, de OUTROS, a mais recente peça do Grupo Galpão, estreada em 2018.
Dirigido por Luiz Felipe Fernandes, o filme é dividido em seis episódios, de cerca de 15 minutos cada, que vão ao ar às segundas e quintas-feiras, entre 11 e 28 de janeiro de 2021, no canal de YouTube da companhia. Os lançamentos vão se somando, ficando todos disponibilizados até 11 de fevereiro.
“A câmera se torna quase que um integrante do Galpão, captando toda a intimidade entre essas pessoas que estão há quarenta anos juntos”, conta Luiz. O diretor acompanhou por quase um ano – entre março de 2018 a março de 2019 – o processo que resultou em OUTROS. Ao final, o cineasta tinha cerca de 150 horas e milhares de imagens captadas de forma bastante intimista.
A peça OUTROS partiu de dois temas: alteridade e poesia. Relacionando esses assuntos, diretor, atores e atrizes transpuseram para o palco o amadurecimento das dúvidas e inquietações contemporâneas que já tinham sido levantadas em NÓS (de 2016), também dirigida por Marcio Abreu. Esses dois assuntos acabaram sendo pilares também para “A gente pode tudo pelo menos por enquanto”.
“Não há intervenção minha, como se eu fosse um observador privilegiado, conduzindo apenas o enquadramento e a captura das cenas. Mas sem criar uma narrativa sequencial. Tudo para preservar a linguagem do espetáculo e traduzir o clima de inquietação e da busca pelo entendimento do lugar do artista e sua relação com o outro e com o público por meio das várias etapas e lugares, como a sala de ensaio, as intervenções, as conversas etc.”, explica o diretor da série.
Assim, é possível acompanhar por meio das cenas como o espetáculo foi criado, porém de forma solta, sem prender o espectador a uma narrativa temporal e nem a um narrador que conduz a história. Falas do encenador Marcio Abreu são entremeadas com cenas de ensaio, seguidas por performances nas ruas de Belo Horizonte, quando o elenco fez intervenções artísticas e interações com os transeuntes, e assim por diante. Neste mosaico, é possível um entendimento maior da criação teatral.
Serviço
De 11 a 28 de janeiro de 2021 – Novos episódios às segundas e quintas-feiras, às 19h
youtube.com/grupogalpao
*os episódios ficarão disponíveis até 11 de fevereiro de 2021